50 Anos do CF - Carro Formidável
Este Volkswagen esta na posse da nossa família desde o dia em que saíu novo do stand da Guerin na Praça dos Restauradores em Lisboa.
A história do CF confunde-se com a da família pois ele esteve quase sempre presente em todos os acontecimentos importantes relacionados conosco.
O meu avô paterno Ricardo Santa Maria Garcia de origem Espanhola foi o seu primeiro proprietário tendo-o levantado do stand no dia 8 de Dezembro de 1956 para ir buscar a família a missa e leva-los no primeiro de muitos passeios de fim-de-semana até que as suas duas filhas casaram na primavera de 1967.
Durante estes anos os meus avós moravam na Calçada do Combro em Lisboa e o CF dormia na garagem Conde Barão ao abrigo das intemperies e vandalismos; o meu avô foi um freforoso fã do seu carro estimava-o com todo o carinho fazendo-lhe a sua manutenção regular, lavando-o cuidadosamente, e lubrificando tudo incluindo os parafusos das jantes que antes do inverno era religiosamente retirados um por um e lubrificados e reapertados.
Para além dos muitos passeios de fim-de-semana em que o CF percorreu o país de lés-a-les há ainda a destacar umas quantas viagens a Espanha e em 1965 uma viagem de ida e volta a Paris para levar a minha mãe para um doutoramento na Sorbone.
Conforme se pode apreciar nas notas do meu avô em 1966 o CF passou a dormir na “garagem estrela” à porta do nº 42 da AVª Ilha da Madeira em Lisboa a nova residência dos meus avós.
No dia um de Outubro de 1968 nasceu o seu primeiro neto o Ricardo Serpa, que veio da maternidade no seu primeiro de muitos passeios de CF.
Quantas memórias desses momentos a bordo do CF e das histórias fascinantes que o meu avô contava. A partir de 1975 até a morte do meu avô em 1981 era comum irmos para a nossa casa de férias familiar em Vila Nogueira de Azeitão os três netos a bordo do CF.
Passado um ano da morte do meu avô o CF já com 25 anos passou a ser o carro principal da família pois a minha mãe e a minha irmã Teresa tiveram um violento acidente que não só lhe partiu uns ossos e as deixou bastante mal tratadas como destruiu o carro mais novo da família da altura um moderno Honda Civic C.
Até 1986 quando o CF fez 30 anos foi o nosso carro pois não havia outro, altura em que apareceu um Toyota Corola de 1972 que fora da minha tia.
Só em 1989 com a libralização do mercado e a apologia conssumista do crédito é que apareceu o primeiro carro novo um modesto SEAT Marbelha que fez o papel de carro de familia durante uns bons anos.
Durante todos estes anos o CF esteve sempre pronto para tudo, para nos levar onde fosse preciso, inclusive de Azeitão a Sesimbra com os 5 (ou mais) dentro e um barquinho de fibra o “RIPETE” (RIcardo PEdro TEresa – o nome dos três irmãos) sobre o tejadilho foram anos gloriosos da nossa juventude sempre bem acompanhados por ele.
Em 1988 tirei a carta e o CF passou a ser o meu carro de saidas e mais tarde o meu daly driver.
Em 1990 o meu irmão, foi a uma festa na Faculdade de Engenharia da Universidade Nova de Lisboa no Monte da Caparica saiu por momentos no CF, com uma amiga que quando voltava a festa já era namorada e aconteceu o pior momento da historia do CF. Uma menina vinda da festa no OPEL Corsa novo do papá estampou-se em contramão de frente com o CF que ficou entalado com um FIAT Uno por trás felizmente o meu irmão e a minha actual cunhada sairam-se mais ou menos bem do acidente emboram tenham perdido um ano por causa da brincadeira da menina.
Após uma complicada recuperação que deixou mazelas para sempre o CF voltou a estrada e voltou a ser o meu daly driver até que em 1994 lhe consegui dar descanso e passou a ser o carro das ocasiões solenes, dos encontros VW, e de outros passeios especiais como o dos 50 anos pela serra da Arrabida.
Muito mais há a dizer mas as imagens valem mais que mil palavras.

A Familia original em 1958 da esquerda para a direita a minha tia Teresa o meu avô Ricardo a minha avó Laurinda e a minha mãe Manuela reconhecem o local?